Por Carolina Flauzino
O acesso dos deficientes a cultura é um assunto importante e que merece destaque nas políticas culturais da cidade.
Na esfera municipal o responsável pela garantia dos direitos à pessoa com deficiência é a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, que trabalha de forma transversal em parceria com outras secretarias. Nas últimas três Viradas Culturais, por exemplo, a Secretaria Municipal de Cultura em articulação com a SMPED, garantiu à população com deficiência acesso à programação completa.
No edital do Programa VAI também está incluído como possíveis "impactos positivos" a serem considerados no momento da avaliação o atendimento à pessoa com deficiência. No ano de 2015 o VAI está apoiando quatro projetos desenvolvidos por pessoas portadoras de deficiência ou com atividades voltadas a esse público.
O acesso dos deficientes a cultura é um assunto importante e que merece destaque nas políticas culturais da cidade.
Na esfera municipal o responsável pela garantia dos direitos à pessoa com deficiência é a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, que trabalha de forma transversal em parceria com outras secretarias. Nas últimas três Viradas Culturais, por exemplo, a Secretaria Municipal de Cultura em articulação com a SMPED, garantiu à população com deficiência acesso à programação completa.
No edital do Programa VAI também está incluído como possíveis "impactos positivos" a serem considerados no momento da avaliação o atendimento à pessoa com deficiência. No ano de 2015 o VAI está apoiando quatro projetos desenvolvidos por pessoas portadoras de deficiência ou com atividades voltadas a esse público.
Um
deles é o projeto Aleijadinho,
do VAI II, que consiste em produzir um espetáculo baseado na obra do artista
Aleijadinho "Os 12 Profetas" que terá a participação de pessoas
deficientes na construção e montagem. Além da realização do espetáculo, o grupo
pretende organizar um encontro de artistas com deficiência. “Uma questão é a inclusão do deficiente na sociedade através
da arte. É muito comum vermos espetáculos de danças e teatro feitos para
deficientes assistirem (tradutor de libras, por exemplo), mas não tão comum
assim ver espetáculos com deficientes participando dele junto com não
deficientes... Por isso optamos em um espetáculo de teatro onde possamos
interagir atuar juntos... trocar experiências... sentir as dificuldades e
maneiras como se adaptam a sua deficiência.” Disse Valdir Carlos da Silva, que é proponente
do projeto no VAI 2015, ele contou também o porquê da escolha do nome
Aleijadinho para o projeto “Diversos
Motivos... Primeiro dele, é por quem foi Aleijadinho - Um grande
escultor mineiro, que mesmo depois de ser acometido por uma doença que
paralisava membros do seu corpo, nunca deixou de realizar suas grandes e
maravilhosas obras. – Superação. Novos Fulanos é um grupo que gosta de misturar
linguagens artísticas... Aleijadinho podemos falar de Teatro, Arte e História e
ainda a Inclusão de deficientes.”
O projeto DJ Sem Barreiras, que está
no segundo ano de VAI, oferece oficinas de DJ para deficientes visuais, o
diferencial do projeto é que o instrutor das oficinas também é deficiente
visual. Segundo o DJ Anderson da Mata,
proponente do projeto, esse é mesmo um ponto forte da ação ”O
instrutor sabe muito bem passar as informações aos seus alunos. Nada melhor, um
profissional que entenda bem as dificuldades das pessoas com deficiência.”. Disse.
O projeto Pé
de Sonho tem o objetivo de lançar um livro infantil que
será publicado em língua portuguesa e Libras (Linguagem Brasileira de Sinais)
para atingir também o público deficiente. O lançamento será no CEU Cidade Dutra
com a participação de alunos de todas as Escolas Municipais de Educação
Bilíngue para Surdos (EMEBS) que vão ganhar um livro e um DVD com a história.
Segundo a proponente Amanda Oliveira, esse projeto é importante
porque as crianças surdas não encontram referências nos meios de comunicação,
nem mesmo nas ações culturais.
“Este projeto se vê importante por alcançar um público que
normalmente não é atingido pelas publicações e grupos de narração de histórias
infantis, as crianças surdas. A Língua Brasileira de Sinais (Libras), por mais
que já tenha sido reconhecida legalmente, ainda esta em processo de conquista
de territórios. São pouquíssimas ações culturais que tem a Libras como foco, e
por causa disso falta representatividade desta língua no campo midiático,
cultural e social. Com este projeto esperamos criar referenciais lingüísticos e
sociais para essas crianças. (...) Uma criança surda não tem muitas referências
de sua própria língua nos meios de comunicação, e por se basear muito mais em
aspectos visuais suas relações com o mundo e estruturação do pensamento seguem
outra lógica.”
Apesar
disso, Amanda nota que o mercado cultural tem começado a dar espaço para esse
tipo de ação “Hoje em dia o mercado começa a
perceber não somente a necessidade, mas a demanda de publicações adaptadas.”.
O espetáculo Alvorada do grupo Centro de Pesquisa da Máscara não utilizava
comunicação verbal para contar a sua história, por isso, foi difundido entre o
público surdo. “(...) quando o espetáculo ALVORADA
ficou pronto, estreou e circulou por todas as Escolas Municipais de Educação
Bilíngue para Surdos”. (...) Esse
tipo de projeto é fundamental para que haja de fato uma inclusão dessa
comunidade, possibilitando a eles a fruição e o encontro com a arte. Foi
bastante positivo, quando eles nos disseram que se sentiam incluídos, pois
percebiam que neste espetáculo, em especial, ouvintes e não ouvintes estavam
vendo o mesmo, não existia a necessidade de nada e nem ninguém que
intermediasse a relação deles com a peça, o que tornava a recepção de todos
nós: igual. Essa sensação de igualdade e de possibilidade de comunicação é
inexplicável!
Recentemente o jornal Folha de São Paulo, noticiou que uma Biblioteca virtual para deficientes visuais foi desenvolvida pela Fundação Dorina Nowill para Cegos e está no ar a partir desse mês. O objetivo é que o site tenha até 4.500 livros, sendo 700 infantis.
O conteúdo da biblioteca terá acesso gratuito, basta se cadastrar no site. Entre os títulos estão livros clássicos infantis, como "Alice no País das Maravilhas", "Pinóquio" e o "Pequeno Príncipe". Os títulos estarão disponíveis em três formatos: livro falado, em braile (para impressão) e o formato Daisy, equipado com recursos para ajudar na navegação do usuário.
A
representatividade da comunidade deficiente nas políticas culturais vem
crescendo a cada ano. Na 3ª Conferência Municipal de Cultura, realizada em Agosto
de 2013, por exemplo, foram aprovadas três propostas que tratavam dos direitos
à inclusão e participação nas políticas públicas de fomento à produção e
difusão cultural, bem como a preservação da memória e o acesso a eventos
artísticos para a comunidade deficiente.