Neste ano o programa celebra sua
13º edição e o terceiro ano de VAI II. Firmando-se cada vez mais no cenário das
políticas de fomento, o programa se destaca por ser uma iniciativa não só de financiamento
a projetos, mas também pelo seu caráter formativo e afirmativo no que tange as
culturas periféricas que se manifestam na cidade de São Paulo.
Iniciamos
esta edição com vontade de avançar em territórios ainda pouco explorados,
investindo principalmente nos meios de comunicação como suporte para difundir o
Programa. Em contato com outras políticas e secretarias, realizamos formações
com a população imigrante residente em São Paulo, indígenas das Aldeias
Guarani Mbya quanto de outras etnias de
nosso contexto urbano e pessoas transexuais. Como de costume, também realizamos formações abertas em
todas as regiões da cidade (11 no total e com mais de 550 participantes). Contamos também com a iniciativa voluntária de
diversos coletivos e movimentos que realizaram suas próprias formações, de
forma autônoma e gratuita.
Pela
impossibilidade de atender a alta demanda de formações, optamos por produzir e
disponibilizar um vídeo tutorial com acesso amplo via youtube [1],
assim grupos de qualquer lugar e a qualquer tempo, teriam a possibilidade de
receber a mesma orientação daqueles que participaram nas formações presenciais.
Da mesma maneira, houve entrevistas em alguns canais de TV aberta e divulgação em
sites.
Buscando
ainda a ampliação do acesso ao edital, instauramos a possibilidade de inscrição
de projetos por meio da plataforma on line SPCultura [2].
Foram recebidos 287 projetos por este canal, que, somados as inscrições
presenciais, totalizaram 1488 projetos em 2016.
Para atender
às demandas mais emergentes, algumas modificações foram realizadas no edital, tais
como a
inclusão na ficha síntese de perguntas sobre se o(a) proponente possui deficiência
física, sua nacionalidade e quanto ao seu gênero e nome social - caso
possua. Outra alteração necessária decorrente do desenvolvimento do
próprio programa e de seu público foi o aumento do tempo para desenvolvimento
do projeto de oito para dez meses.
No
comparativo entre os anos, desde que foi criada a modalidade 2, observa-se uma
tendência de queda no número de projetos que procuram o VAI 1 e o aumento no
VAI 2. Este movimento deve-se, principalmente, pelo amadurecimento dos grupos
que já não se enquadram no perfil de “iniciantes” ou “jovens” e entenderam o
princípio da divisão das modalidades.
Tabela: Inscritos por edição
Ano
|
VAI 1
|
VAI 2
|
2014
|
62%
|
38%
|
2015
|
61%
|
39%
|
2016
|
59%
|
41%
|
Como
resultado deste empreendimento de difundir o Programa a outros públicos, houve
a inscrição de 10 proponentes que se autodeclararamm transexual, sendo 6 no VAI
1 e 4 no VAI 2, e 20 pessoas nascidas em outros países, como: Angola,
Argentina, Colômbia, Cuba, Paraguai, Peru, Congo, Chile e Bolívia.
A
distribuição de projetos por subprefeituras e linguagens artísticas também foi
bastante heterogênea, com maior demanda entre os projetos considerados como
“artes integradas” - propostas sem definição de uma única linguagem artística,
com mesclas entre duas ou mais possibilidades. Artes circenses, cultura digital, cultura
indígena e rádio foram as linguagens que tiveram pouca procura entre os
inscritos e sob as quais foi importante um olhar mais atento com vistas à
garantia da diversidade, inclusive das minoritárias.
A grande
maioria dos projetos (276 projetos) propôs circular pela cidade, não havendo
uma subprefeitura sede de referência. Outra parcela significante dos inscritos
propunham desenvolver ações nas subprefeituras da Capela do Socorro, Campo
Limpo e M’Boi Mirim. Por outro lado, subprefeituras como Aricanduva, Butantã,
Ermelino Matarazzo, Ipiranga, Parelheiros, Penha, Perus, Sapopemba e Vila Maria
tiveram sub-representação no que tange ao número de inscritos.
A equidade de
gênero também é algo buscado ao longo da seleção, principalmente por haver uma
tendência histórica de baixa proporcionalidade de proponentes mulheres
inscritas quando em relação aos homens. De acordo com o gráfico abaixo, é
possível averiguar que este desequilíbrio persistiu em 2016. Ainda assim, no
trabalho de seleção foi possível amenizar esta diferença. Se em 2015 a
participação das mulheres enquanto proponente dos projetos selecionados foi de
39%, em 2016 este percentual foi ampliado em 8%, chegando ao número de 47%
dentre os contemplados (108 mulheres).
Com relação ao perfil do grupo, 28% dos inscritos declarou já ter
participado de alguma edição anterior do Programa e 9% disse já ter recebido
outro tipo de fomento. Dentre as fontes destes apoios, destacam-se as
iniciativas da Prefeitura de São Paulo por meio das Secretarias da Cultura, do
Verde e Meio Ambiente, do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, da
Educação e de Direitos Humanos. Também foram indicados os editais do governo
Federal vinculados a SEPPIR, MINC e MEC e o programa PROAC, do governo do
Estado de São Paulo. Com relação aos programas de
formação, foram mencionados como importantes referências o Vocacional (SMC),
Núcleo Luz (Gov. Estado), Jovens Urbanos (CENPEC), Kinofórum e Instituto Criar.
Após análise de todos estes dados e o cruzamento com outras
informações sobre a cidade e sua população, foram selecionados 170 projetos no
VAI 1 e 62 projetos no VAI 2. Ao longo do processo de contratação, houve
algumas desistências e a necessidade de chamar novos suplentes. Neste caso, foi
priorizada a modalidade 2 para compor as vacâncias, uma vez que a disputa entre
os projetos foi intensa e propostas consideradas “ótimas” não teriam conseguido
entrar devido ao número de vagas disponível inicialmente. Por fim, temos contemplados
165 projetos na modalidade 1 e 65 projetos na modalidade 2.
Disponibilizamos a seguir os dados dos inscritos e selecionados nesta
edição, mais os pareceres das comissões do VAI 1 e 2. Em breve publicaremos
também as sinopses e contatos dos projetos contemplados.
Programa VAI