14 junho, 2013

VAI promove encontro entre grupos contemplados

O Programa VAI completa em 2013 dez anos de existência. Em todos esses anos foram organizados encontros para incentivar à interação entre os coletivos de cultura selecionados pela iniciativa, além de permitir discussões acerca dos avanços alcançados pelos projetos e demandas apresentadas pelos grupos. No ano em que o programa completa uma década não poderia ser diferente. O encontro desse ano ocorreu sábado, dia 08, na Galeria Olido e contou com a presença de mais de 200 pessoas. Aproximadamente 120 grupos estavam representados.

 

O início do encontro foi com um coquetel no hall do Cine Olido.

Um mapa da cidade de São Paulo foi posicionado na entrada para que os grupos apontassem onde estavam localizados.

O espaço de abertura do evento trouxe algumas novidades para o programa. A primeira delas é a Plataforma Digital, que inclui mapeamento e programação dos grupos. Outra notícia foi sobre o projeto de lei que estabelece a modalidade VAI II, que amplia a possibilidade de incentivo à cultura em São Paulo. A proposta permite a seleção tanto de grupos já contemplados pela primeira modalidade quanto de coletivos que nunca tiveram incentivo do VAI. Além disso não há uma limitação de idade, o que permite uma maior abrangência do fomento.


Após a exposição inicial, os coletivos se dividiram em cinco grupos para falar sobre as peculiaridades de cada uma das linguagens trabalhadas: Artes Cênicas (teatro, dança, circo); Literautura; Audiovisual / Artes Visuais / Multimídia; Cultura Tradicional e Música / Hip Hop.


Os recortes propostos pelos coletivos em todas as linguagens geram matéria para um grande leque de debates. A consciência da postura política adotada através da arte foi uma pauta colocada em discussão. Além das atividades programadas desde a seleção dos grupos, muitas ações e agendas conjuntas foram encaminhadas, como por exemplo a Agenda VAI Saraus a ser disponibilizada no blog do programa.



Os coletivos voltados à produção audiovisual propuseram que a apresentação de seus vídeos não fique restrita à mostra organizada pelo VAI todo mês de dezembro; mas que se promova também a exibição em mostras regionais pela cidade. Entre outras ações pensadas, estão um fórum de discussão sobre cultura tradicional e um grupo de trabalho de hip hop.


Depois de um breve intervalo os grupos fizeram nova reunião. Dessa vez divididos por região.

 
Uma questão consensual entre grupos de todas as regiões da cidade é a dificuldade no uso de equipamentos públicos voltados para a cultura nas zonas periféricas. A realização de atividades promovidas por esses coletivos nesses espaços (CEUs, bibliotecas etc.) é raramente concretizada. Para alguns se faz necessário um esforço maior para que as portas desses espaços se abram. Já outros acreditam que, a partir dessa impossibilidade, a ocupação de espaços ao ar livre (praças, ruas) é a saída.

 

Os grupos falaram ainda da organização e interação através de espaços construídos conjuntamente, como é o caso do Fórum da Zona Leste, que reúne redes culturais para discutir e propor políticas públicas voltadas para a cultura na região.

 

Destaque também para os grupos que elaboram e colocam em prática seus projetos na zona central de São Paulo. Muitos são de regiões diversas da cidade, variadas origens, mas constroem uma identidade a partir da ocupação das ruas do centro.




Encontros como esse contribuem para que os grupos que fazem parte do programa VAI se integrem e aumentam a possibilidade de construção de um calendário conjunto. A partir desse espaço os coletivos, ao terem contato com outros de mesma linguagem ou região, ampliam o alcance das ações culturais colocadas em prática nas periferias e no centro de São Paulo. Se reafirma dessa forma a constatação de que jovens muitas vezes vistos como problemas são importantes agentes transformadores, tanto na região em que residem quanto no restante da cidade.